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Constituição em Nheengatu

Após mais de 500 anos, a Justiça brasileira decidiu falar a língua dos povos originários: 35 anos depois de promulgada, a Constituição brasileira foi traduzida para uma língua indígena, o nheengatu.

Considerada uma língua geral, o nheengatu é a única que descende do tupi antigo ainda viva, e permite a comunicação entre povos diversos, de diferentes regiões da Amazônia.

Realizada por 15 indígenas bilíngues das regiões do Alto Rio Negro e Médio Tapajós em apenas três semanas, a tradução da Constituição Cidadã é um ato de valorização e respeito à cultura e à língua indígena e, também, uma forma de democratizar o acesso à Carta Magna brasileira pelos povos originários.

O lançamento da Constituição em Nheengatu, em julho de 2023, na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), em São Gabriel da Cachoeira (AM) – o município proporcionalmente mais indígena do Brasil – marcou a Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032).

Nosso agradecimento ao Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Luís Roberto Barroso, pela doação dos exemplares apresentados nesta sala.

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