Durante muito tempo, cidade e floresta foram vistas como opostos, símbolos – por um lado, do progresso e da modernidade, e, por outro, do atraso e do primitivo. No livro Futuro ancestral, o filósofo originário Ailton Krenak nos convoca a uma rebelião contra aquela velha lógica segundo a qual a civilização é urbana, e tudo o que está fora dela é barbárie. Contra, portanto, a construção de cidades como máquinas de devorar o planeta e em defesa da potência transformadora da vida selvagem sobre o pensamento urbanístico.
A obra de Eduardo Salzane é uma representação da nova lógica de relação entre floresta e cidade. A escultura foi construída a partir de duas engrenagens, representando natureza e máquina, que se encaixam perfeitamente, transmitindo movimento e potência de um eixo para outro.
Descritivo Técnico
Escultura. Duas engrenagens de madeira que se encaixam perfeitamente ao realizar movimento circular. Em um dos eixos representações de prédio, antena, satélite, torre e robô no outro árvores, frutos e flores.